Fórum Origens Paraná quer ampliar o consumo de produtos com Indicações Geográficas no estado em 2020

Estado se tornou referência nacional no tema com as ações que envolveram produtores rurais de diferentes regiões ao longo de 2019

 

Na última semana, o Sebrae/PR promoveu a última reunião do ano do Fórum Origens Paraná, destinado a planejar e coordenar junto com parceiros o desenvolvimento de Indicações Geográficas (IGs) e de Marcas Coletivas. O grupo apresentou a evolução do debate sobre o tema no estado e colocou como proposta para 2020 tornar o Paraná, o estado que mais consome produtos com IGs no Brasil.

A meta surge após o reconhecimento do trabalho realizado ao longo de 2019. A articulação entre produtores rurais, entidades, chefs de cozinha e o setor produtivo em torno do tema colocou o trabalho dos paranaenses como uma referência a nível nacional, segundo representantes do INPI e do Ministério da Agricultura (MAPA).

A consultora do Sebrae/PR, Andreia Claudino, acredita que o grupo conquistou resultados significativos no seu primeiro ano de atividades. “Conseguimos promover uma integração entre produtores, entidades, o setor produtivo e interessados no tema, além de possibilitar um importante espaço para que todos esses atores possam trocar experiências e crescer juntos. Entendemos a história desses territórios, a importância e o potencial desses produtos no mercado”, ressalta.

O Origens Paraná também foi reconhecido pelo Ministério e criou uma identidade visual própria. O movimento ganhou força e hoje não envolve apenas os produtores que já possuem IGs ou estão pleiteando o registro. Também envolve produtores que se interessaram e começaram a trabalhar e se articular em torno desse trabalho. Esse foi o caso farinha de mandioca de Guaraqueçaba, a farinha de trigo de Irati, os vinhos de Bituruna, o ginseng de Querência do Norte e os morangos de Pinhalão, o porco moura e os vinhos de Bituruna.

Em 2019 foram realizados seis encontros do Fórum Origens Paraná que, além dos produtores rurais, reuniram representantes do Sebrae/PR e Nacional, Ministério da Agricultura, INPI, Emater, Adetur, UFPR, Universidade Positivo, Unioeste e chefs de cozinha.

Também foram promovidos eventos que tiveram como objetivo apresentar o tema de Indicações Geográficas, possibilitar o contato com os produtores e envolvidos na cadeia produtiva e divulgação. O grupo participou de importantes eventos da gastronomia como o Mesa São Paulo, o Prêmio Bom Gourmet, o Fórum Tutano de Gastronomia, Festival Saberes e Sabores, além de eventos abertos ao público como a exposição de produtos no Mercado Municipal de Curitiba. Importantes chefs de cozinha também produziram pratos especiais com os produtos com IGs e os incluíram em seus cardápios.

Metas para 2020

Crédito: Adriano Oltramari / Sebrae/PR

Para o ano que vem, as reuniões bimestrais também deverão ser realizadas em diferentes regiões do Paraná, com a realização de palestras, elaboração de receitas com produtos com IGs, venda de produtos, networking entre interessados, entre outros interessados. Segundo o coordenador do fórum, Helinton Lugarini, o objetivo é popularizar os conceitos de Indicações Geográficas e difundir o tema entre a população e o setor gastronômico produtivo.

“Queremos estimular a realização de negócios entre o mercado e o consumidor final e utilizar as IGs como ferramentas de desenvolvimento econômico e inovação entre as regiões envolvidas do estado. Tivemos importantes avanços, mas ainda há muito a evoluir em relação a esse tema no estado”, explica.

No encontro realizado na última quinta-feira, 12/12, o grupo também discutiu a possibilidade de uma exposição periódica de produtos no Mercado Municipal de Curitiba e em feiras e espaços tradicionais em cidades do Paraná. Também houve o interesse pela produção de projetos que podem ser enviados para a captação de recursos junto a órgãos públicos interessados como o Ministério da Agricultura.

“Ao final de cada ano, há ministérios e secretarias com recursos disponíveis e interessados em realizar investimentos em projetos com potencial. Com um projeto bem estruturado é possível captar importantes recursos”, afirmou Dant Danilo de Oliveira Macedo, engenheiro agrônomo do MAPA.

Durante o encontro, os participantes conheceram o caso do Café do Cerrado Mineiro, que criou uma fundação e obteve a captação de recursos que possibilitou com que o negócio crescesse. Mas, além dos recursos e do registro de Indicação Geográfica, a marca pensou de maneira estratégica.

“Pensamos em uma estratégia de marca e branding e queríamos ganhar notoriedade pelo nosso produto, um trabalho para chegarmos ao mercado internacional. Sem essa estratégia e sem a criação de um propósito claro, nosso projeto perderia força. A busca pela IG surgiu depois como uma maneira de proteger o nosso produto”, explicou Juliano Tarabal, engenheiro agrônomo e superintendente da Federação dos Cafeicultores do Cerrado Mineiro.

Andreia Claudino explicou ainda que IG passa a agregar valor a partir de uma estratégia real de mercado, com canais de vendas bem definidos e ações direcionadas. “Você não vende um produto com IG em escala e para os mesmos canais. Temos que pensar em diferentes estratégias de comunicação e comercialização. É preciso sensibilizar o consumidor sobre o valor de seu produto e prestigiar os lojistas e representantes do mercado que valorizam um produto com qualidade”, afirma.

Crédito: Adriano Oltramari / Sebrae/PR

Os participantes do fórum ainda passaram por uma experiência de conhecer diferentes cafés especiais e pães de fermentação natural feitos com o Trigo de Origem durante uma visita ao Lucca Cafés Especiais.


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