Patrimônio CULTURAL de Curitiba

Típica dos botecos”, carne de onça vira patrimônio de Curitiba

por Assessoria Comunicação — publicado 05/09/2016 12h55, última modificação 08/10/2021 09h21
"Típica dos botecos", carne de onça vira patrimônio de Curitiba

Votação unânime na Câmara de Vereadores, nesta segunda-feira (5), promoveu a carne de onça – “uma comida típica dos botecos” – a patrimônio cultural imaterial de Curitiba (005.00096.2016). “É uma forma de reconhecer as nossas tradições, intensificar o turismo e incentivar a gastronomia local, que gera renda e empregos na cidade”, comemorou o autor da proposição. “Mais de 100 bares e restaurantes da capital têm a carne de onça em seus cardápios”, apontou o parlamentar. O prato, cuja origem remonta à década de 1940, é feito com carne bovina crua, sobre broa escura, com bastante cheiro verde, cebola picada, condimentos e azeite.

Foram 25 votos favoráveis, numa votação acompanhada por Nilceia Almeida e Sérgio Medeiros, da Casa Curitiba Honesta, e pelo empresário Fábio Aguayo, da Abrabar (Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas). “É de uma importância enorme [a aprovação desse projeto de lei]”, comentou Medeiros, que em 2014 organizou o 1º Festival de Carne de Onça de Curitiba, formalizando um circuito que hoje conta com 34 estabelecimentos. “A gastronomia é um setor importantíssimo, pois é o segundo que mais emprega”, declarou.

“O projeto de lei”, disse o autor da proposição, “foi um pedido da população com o qual nós concordamos, pois temos atuação voltada ao empreendedorismo”. “Alguém mais desinformado pode achar que tornar a carne de onça patrimônio cultural da cidade não seja relevante, mas medidas como essas trazem emprego, renda e turismo para Curitiba”, insistiu. Mais sete vereadores usaram da palavra para elogiar a medida, relatando suas experiências pessoais com o prato e qual lugar, na opinião deles, serve a melhor carne de onça da cidade.

O jornalista Dante Mendonça, um dos memorialistas da boêmia curitibana, já relatou no jornal Tribuna do Paraná a história do bar Buraco do Tatu, de Cristiano Schimidt, onde a lendária iguaria teria se adaptado ao paladar curitibano. “No Buraco era servida a mais legítima carne de onça, a grande atração da casa que décadas depois virou moda em Curitiba: carne crua com cheiro verde bem picadinho, sobre broa preta. Nada mais, nada menos”, diz, em reportagem publicada em abril de 2013. Schimidt, ou “Tatu”, era presidente do time de futebol Britânia, cujas vitórias eram atribuídas à carne de onça servida por ele aos jogadores.

De acordo com a lei municipal 14.794/2016, o patrimônio cultural é constituído pelo conjunto de bens de natureza material e imaterial, públicos ou privados, que façam referência à identidade, à ação e à memória dos diferentes grupos formadores sociedade. O projeto passa por segunda votação em plenário nesta terça-feira (6).

Reprodução do texto autorizada mediante citação da Câmara Municipal de Curitiba


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