Entrevista com o vereador Helio Wirbiski sobre o projeto que libera os “food trucks” em Curitiba

Os “food trucks” são furgões adaptados para servir comida sobre rodas, essa onda começou na cidade de Los Angeles espalhando-se pelos Estados Unidos e chegando até a Europa.
São servidos desde sanduiches até comida mais refinada.
Atualmente no Brasil a legislação não permite os equipamentos. Na cidade de São Paulo um projeto de lei foi aprovado pela câmara de vereadores e foi encaminhada para o prefeito Haddad para ser aprovada ou sancionada num prazo de quinze dias uteis.

O vereador de Curitiba Helio Wirbiski autor do projeto para liberação de “food trucks” na cidade fala com exclusividade a Curitiba Honesta.

Em que fase esta o projeto?

O projeto está na Comissão de Legislação, Justiça e Redação da Câmara de Curitiba e será aprovado na próxima reunião do colegiado, que acontece na terça-feira (18). Também está em análise no Conselho de Segurança Alimentar (Consea) do município. Em breve será colocado em votação no plenário e acredito que passará sem muitos problemas já que só beneficia os consumidores, a cidade e os empreendedores

O projeto é parecido com o de São Paulo que fixa pontos específicos onde o truck pode ficar estacionado e permite só um equipamento por CNPJ?

Estamos discutindo isso com a secretaria municipal de Urbanismo, Turismo e de Abastecimento. Inicialmente a ideia é aprovar o projeto e permitir que a prefeitura discuta com o setor e regulamente a lei de acordo com os interesses deles e da cidade.

Quais as exigências e que tipo de alimentos poderão ser comercializados?

Nossa ideia é ajudar a criar um novo nicho de mercado em Curitiba. Mas não podemos deixar de pensar na saúde do consumidor. Por isso, uma das principais exigências será o rigor na fiscalização sanitária e no padrão de qualidade, como aliás a prefeitura já faz muito bem. Não cabe ao legislativo e tampouco ao executivo definir que tipo comida poderá ou não ser vendida. Isso quem define é o empreendedor, de acordo com suas próprias habilidades.

O custo para se comprar o furgão novo e adaptar fica em torno de 300 mil reais o senhor não acha que ficaria difícil um pequeno comerciante ou um chef em início de carreira bancar esse custo?

É preciso lembrar a adaptação poderá ser feita em caminhões e vans. E que os custos fixos deste tipo de empreendimento – como aluguel, água e energia, por exemplo – são menores do que os dos restaurantes convencionais. Isso ajuda a viabilizar o negócio. Além disso, temos várias linhas de financiamento para pequenos e médios empresários no município, no estado e no governo federal através de bancos estatais ou agência de fomento. Acredito que o Sebrae e outras entidades de apoio também se organizarão para ajudar o pequeno empreendedor em início de carreira. O importante é criar a possibilidade de negócio para que o mercado possa se organizar e buscar financiamentos.

Os “trucks “ não ficariam só viáveis para grandes redes que teriam como bancar o alto investimento?

A oportunidade é pra todos. Não podemos impedir que as grandes redes também se beneficiem da ideia. O que precisamos fazer é criar condições para que os pequenos também possam entrar no mercado. E no caso específico dos “trucks”, o que prevalece é a comida mais requintada e de qualidade. E como disse o Celso Freire, “comida boa pode ser feita e encontrada em grandes e pequenos restaurantes. O importante é manter a qualidade”. E é preciso lembrar ainda que muitos dos grandes chefs brasileiros e internacionais começam suas carreiras em espaços pequenos. E venceram.

Qual a expectativa quanto à aprovação do projeto?

O mais rápido possível. Já estou tratando sobre o assunto com a secretaria de Urbanismo e de Turismo, que inclusive tenha pressa na aprovação e quer a regulamentação para atender os turistas da Copa. Faremos o possível para que isso ocorra.

Quais os órgãos ouvidos em relação ao projeto?

Secretarias municipais de Urbanismo, de Turismo e Consea.

Qual a posição dos donos de bares e restaurantes?

Recebi muitos elogios de chefs e amigos donos de restaurantes. Acredito que a aceitação será boa porque, como disse na primeira resposta, a intenção é beneficiar todos: o consumidor, a cidade e os empresários.

O projeta prevê desconto ou isenção de impostos para compra e adaptação dos equipamentos?

Não porque isso tornaria o projeto inconstitucional já que apenas o executivo pode legislar sobre isenções e tributação.

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