Como se moldar às novas necessidades do mercado impostas pela pandemia?

Como se moldar às novas necessidades do mercado impostas pela pandemia?

Com a suspensão das aulas e do serviço de alimentação escolar, prefeituras e governos mobilizaram fornecedores

para entregar kits de alimentação às famílias de crianças e estudantes matriculados na rede pública de ensino

Como se moldar às novas necessidades

do mercado impostas pela pandemia?

Em tempos de pandemia uma das únicas certezas é que o mundo dos negócios vive, dia a dia, um turbilhão de mudanças. Entre novos formatos de trabalho, delivery, suspensão de aula e famílias juntas o tempo todo, muitas empresas precisaram se reinventar, mobilizar suas operações e moldar seu modelo de trabalho para continuar operando.

No Paraná, o Grupo Risotolândia (especializado em refeições coletivas e alimentação escolar) se viu diante de um grande desafio com a suspensão das aulas. Com a paralisação das atividades escolares, em medida preventiva à propagação do novo coronavírus, a empresa parou de produzir refeições e precisou aprender a montar cestas de alimentos. Essa nova demanda de atendimento foi a solução para continuar atendendo os clientes de alimentação escolar pública e, com a novidade, áreas que eram de operação foram transformadas em estoque e o grupo precisou desligar caldeiras para estruturar e operar linhas de montagem.

De abril de 2020 até março desse ano mais de 1 milhão de kits, cerca de 12 mil toneladas de alimentos, foram entregues. A Risotolândia, especialista em alimentação escolar, entregou sozinha quase 1 milhão de kits. “O desafio foi gigante. Tivemos que adaptar nosso espaço, alterar plantas industriais e ter, inclusive, autorização de órgãos competentes para tal. O volume de produtos é imenso: passamos a trabalhar com pallets e paleteiras elétricas, algo que não era comum em nossa rotina e o que conseguimos foi fantástico. São mais de 95 mil kits montados por mês, sendo dois tipos de kits, para uma logística de entrega que dura uma semana. Cada caminhão da nossa frota comporta, em cada rota 500 kits”, explica Catiane Zelak Abreu, gerente de operações do grupo.

Se antes o cenário era de novos desafios a cada movimentação, agora o fluxo de produção é zero erros em um trabalho dividido em turnos de 24 horas. “Já estamos trabalhando para a próxima entrega que será no início de maio. Temos 910 palets para carregar de kits, organizar rotas e começar tudo de novo”, fala a gerente do Grupo.

Relacionamento com fornecedores

Muito além das operações internas, o novo cenário também estendeu a preocupação da empresa com seus fornecedores. “Nossa empresa fez um grande movimento com os pequenos agricultores parceiros a fim de manter o contrato e o compromisso que temos com cada um deles. Inclusive, muitos dos nossos parceiros vendem para nós 100% daquilo que produzem: é uma relação de interdependência”, explica Cleonice Ferreira, coordenadora do setor CEASA na empresa.

“Acompanho cada contrato de perto há muitos anos. No início da pandemia muitos tiveram prejuízos em suas plantações devido às incertezas de retomada. Mas para reduzir esse impacto, firmamos a parceria com os órgãos públicos para suplementação escolar com um kit de hortifruti. Assim proporcionamos aos nossos produtores o escoamento da produção nesse período crítico e, além do kit de alimentos básicos, as famílias dos nossos alunos recebem também um kit de legumes e verduras”, acrescenta Cleonice.

Aline Ferreira, gerente de compras do Grupo Risotolândia, fala que o maior desafio dessa mobilização foi acompanhar o mercado que passou a entender que a pandemia provocou mudanças no hábito de consumo das famílias brasileiras que, ficando mais tempo em casa, passaram a consumir mais. “O mercado teve um consumo normal elevado e as cestas básicas trouxeram uma demanda adicional. Os preços subiram e percebemos falta de alguns itens para comprar. Precisamos quebrar paradigmas, ampliar a carteira de fornecedores – tudo isso em um período muito curto para abastecimento”.

Para se ter uma ideia do volume de compras, apenas no período da entrega dos kits, foram mais de 12.500.00 unidades de produtos, entre arroz, feijão, macarrão, farinha, fubá, leite, óleo, sal e leite.

BOX: O Dieese fez um levantamento sobre a variação de preços durante a pandemia na capital e, de março de 2020 até janeiro de 2021, a cesta básica subiu 20.25% em Curitiba. Os principais “vilões” durante a pandemia da Covid-19 na capital foram arroz Parboilizado, com reajuste de preço de 60,15 e feijão preto com aumento de 58,26%.

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